Os dias esvoaçam a um ritmo infernal. Nos tempos mortos, poucas horas que me mantenho acordado, com pensamentos que divirjam do
cerne da questão, a preparação das aulas. Os tempos para ver televisão são
muito reduzidos e tento casualmente através da rádio escutar as diabruras do
nosso tempo e perceber sinteticamente as convulsões que se passam à minha
volta. Em Espanha, esta semana, mais uma vez houve manifestações, a que naturalmente
se irão juntar outras. Começo a perceber que as manifestações e os insultos
contra estas políticas deixam progressivamente de ser consideradas notícias.
Da varanda da minha casa na Venda do Pinheiro vou observando
diariamente as rotinas dos meus vizinhos e dos transeuntes que diariamente se deslocam
para trabalhar em Lisboa. Não é fácil a vida nos dias que correm. Ouvimos
várias vezes falar das dificuldades da vida de outrora, onde a maior parte da população
era pobre vivia daquilo que a terra dava. Atualmente as pessoas, grande
parte com cursos superiores, ou com o 12º ano, vêm muitas dificuldades para conseguir ter um
emprego, arrastando-se indefinidamente nas casas dos pais.
Em poucos anos a sociedade mudou assim como as expectativas
das pessoas, no entanto atualmente como há 50 anos observa-se algo em comum, a falta de esperança e expectativas no futuro o que está a conduzir tal como aconteceu em meados do século passado, à emigração.
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