quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Arranja-me um emprego

Apercebo-me com apreensão toda esta situação vivida no meu país, verificando com cada vez mais clareza o poder transparecido por uma maioria absoluta que privilegia as zonas francas, demonstrando-se com cada vez mais clareza e sem pejo, a implementação do clientelismo e da designada cunha em todos os parâmetros da vida social e profissional.

As medidas restringem cada vez mais os direitos sociais são cada vez mais evidentes assim  como a dificuldade de arranjar um emprego. Apetece-me dizer tal como o Sérgio Godinho "Arranja-me um emprego".

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Só pode ser um comunista!

Ai não... é um player dos mercados... Caramba, tanta ciência económica para mostrar que os mercados eram úteis à comunidade e afinal vem este estragar o esforço de tantos! http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2011/09/o-video-que-esta-dar-volta-ao-mundo.html (Via Ladrões de Bicicletas)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Vidas adiadas

Não há remédio: este ano é para o desemprego. Acabei de ver agora a lista da terceira bolsa de recrutamento e o cenário só se agravou. Nem vale a pena explicar como.

Quanto ao ministério, nada se me ocorre dizer a não ser esta interrogação: como podem Nuno Crato, o director da DGRHE e outros, dormir descansados? As suas acções ou omissões destroem vidas aos milhares. Esta autêntica velhacaria, em país que se desse ao respeito, só poderia conduzir à reparação dos lesados ou à demissão sumária dos responsáveis. Se o governo não existe para servir mas para destruir, para quê o governo?

Se o actual ministro da educação alguma vez gozou de expectativa favorável, esta criminosa situação nos concursos vem recordar aos néscios o princípio básico da prudência em matérias de sebastianismo.

Entretanto, a FENPROF apresentou queixa-crime contra o ministério. Podem ter todos os defeitos do mundo, mas são os únicos que defendem os professores e enfrentam o Ministério da Educação.
 

domingo, 25 de setembro de 2011

Na Grécia

http://www.presseurop.eu/pt/content/article/978511-um-verdadeiro-genocidio-financeiro

STOP

De paragem obrigatória para ler e pensar. Infelizmente pouco mais se poderá fazer. Estes dramas pouco dizem e em nada comovem aos graves e seráficos senhores do dinheiro e aos seus subservientes comissários políticos.

Texto sugerido por Sérgio Vieira


A trivialização do desespero

Há uma página particularmente perturbadora no Público de quarta-feira passada. É a página do artigo assinado por Isabel Arriaga e Cunha, sobre as conversações entre a troika e o governo grego. Em causa está o acordo sobre medidas adicionais de austeridade (orçadas em 4 mil milhões de euros), necessárias à aprovação de uma tranche de 8 mil milhões de euros, aprovada em Maio de 2010.

Embora constitua mais uma evidência dos resultados contraproducentes da sangria austeritária, não é o artigo em si que perturba de forma particular. Nem é, sequer, o facto de vir acompanhado pela foto que o ladeia. Essa foto - pelo que é e representa - será sempre terrível, quando e onde quer que seja publicada. O que é particularmente perturbador - ou melhor, acrescidamente perturbador - é a legenda escolhida: «Protestos voltaram há vários dias às ruas de Atenas». Isto é, o texto escolhido para entitular a foto em que um homem se imola pelo fogo assume essa precisa imagem como ilustração «normal» (corrente, comum), do regresso dos protestos às ruas de Atenas.

Presumo, sem dificuldade, que o título escolhido não pretenda «normalizar» esta forma limite de protesto (ilustrando-a como se poderiam ilustrar outras formas, comuns, de protesto). Mas nem por isso a relação entre a fotografia e a legenda deixa de ser menos perturbadora. Ela mostra, porventura, uma das faces mais sinistras da vertigem austeritária: o ajustar progressivo do que é tolerável para níveis crescentemente indignos e imorais; a resignação que desce, um a um, os degraus do fosso dos retrocessos sociais que a austeridade cava consecutivamente.

(Sobre a destruição do tecido económico local e a deterioração das condições de vida em Atenas, resultante das ondas do choque austeritário, vale a pena ler este testemunho de um jurista de Viena, que há cerca de ano e meio vive num apartamento da capital grega).

Texto publicado por Nuno Serpa por Nuno Serra a 23 de Setembro de 2011 no Blogue Ladrões de Bicicletas


sábado, 24 de setembro de 2011

Elucidativo


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

194

Não são 194 as coisas que me atormentam. São bem menos mas os efeitos são gigantescos. Bem acima de 194 preocupações.



194 é o número de países que poderiam existir inscritos na ONU se amanhã fosse reconhecido ao povo palestino o direito ao seu Estado. Não vai ser porque os EUA vão vetar. Os EUA de Obama, o mesmo do discurso do Cairo. Por cobardia ou cínica conveniência, Obama fará, na íntegra, o jogo de Israel que nega sistematicamente o direito aos palestinos a serem-no com dignidade. Poderia ser um momento histórico mas será apenas mais um episódio de cruel cinismo. Como acreditar nos nossos dirigentes?



Poderia ser interessante ver até que ponto isso poderia servir para arrefecer o barril de pólvora, poderia ser interessante ver até que ponto uma certa tendência secular na Palestina seria reforçada e esvaziar o Hamas. Seria interessante ver como votaria a UE, se desunida como habitual se unida para variar, dando sentido a uma política externa comum, seria mas não é: além de imbecilmente dividida a UE é ainda mais irrelevante: alvo de chacota merecida porque assim se tratam os farsantes decadentes que trituram financeiramente os seus Estados Membros.



Tanto que se poderia ler e pensar sobre este assunto. Ouvir outros. Mas, na verdade, não há disposição mental: com um país como aí o temos, com incumbentes que buscam glória e reconhecimento mediático nos "sacrifícios" que impõem aos cidadadãos, enfim, com o futuro hipotecado e preso num labirinto de falta de oportunidades, o gosto pela cidadania esboroa-se. Tal como muitos pretendem...

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Um Homem!

Hoje fui à ADDECO, uma empresa de recursos humanos que aloca mão-de-obra temporária em diverso tipo de empresas. Assim o obriga a necessidade do desemprego e das angústias e tempestades mentais que daí resultam.



Ia entretido com as minhas caóticas deambulações mentais entre os turistas que se cruzam com Braga, quando ouvi «...O que faz falta é um General para foder esta merda toda». «Sim, com esta democracia...». Olhei meio surpreendido e eram dois senhores na casa dos 60 os autores desta verborreia trauliteira. Dei por mim a dar uma aula de história a mim mesmo (já que a não posso dar a mais ninguém): estamos em Braga, não longe da Praça onde ainda(!) está uma monumental estátua de Gomes da Costa, precisamente um General, que, nos tempos da República, «fodeu esta merda toda» e abriu a porta ao Estado Novo.



Quanto à oportunidade das interjeições dos senhores, continuei no meu ocioso exercício mental: há o desencanto; há a crise; há a alternância sem alternativa; há um discurso oco e afectado sobre as inevitabilidades que esmagam os de sempre, enfim, um legítimo clima para o protesto e que, quando a sociedade civil é fraca, a população politicamente desalinhada e com visões distorcidas sobre os direitos e deveres da liberdade e democracia, assume estas formas aberrantes e doentias. Daí que pessoas como os senhores referidos cedam, como marinheiros à deriva, aos cânticos da sereia do caudilhismo, resposta sempre fácil, demagógica e falsa para os problemas. Na verdade, estes condottieri tão desejados (um messianismo caudilhista, sem dúvida) não passam de um agudo sintoma da doença de que se pretendem profilaxia.



O que me levou de novo à Primeira República: o General Gomes da Costa e companhia (o tal que se apresentou com outros generais e aspirantes a sê-lo) a redentores da pátria esventrada por políticos, numa coisa cumpriram: no «foder esta merda toda».



Chegados ao governo, os digníssimos militares, confrontados com a exigência técnica e política dos cargos, perceberam que talvez tenham ido ao engano ou, pelo menos, sido demasiado afoitos e lá foram dizendo que eram leigos na matéria, embora motivados. Gomes da Costa até chegou a referir-se a um deles (creio que a Mendes Cabeçadas) como «um bom rapaz e que está por tudo». Enfim, para salvadores, as credenciais não eram as melhores. Gostaria de saber se os senhores que tão convictamente pediam o General, se sujeitariam a um espectáculo destes ou se atalhavam logo para a parte do Salazar.



De volta à realidade, entrei na ADDECO e preenchi o formulário de candidatura a um lugar num call center onde não há lugar para estas deambulações.

O novo paradigma da Educação

Após a visualização de factos tão evidentes e claros não posso deixar de desmascarar esta oferta de escola  que apresenta padrões de selecção claramente viciados e endereçados uma única pessoa. Tantos critérios onde é que está a graduação profissional ou o tempo de serviço. Com a liberalização do sistema de concursos, o resultado é este. Infelizmente tudo isto que está a ocorrer é legal pois as escolas não têm regras para a definição dos critérios favorecendo desta forma o clientelismo e penalizando a competência e experiência. Com isto perde a educação e quem sempre se empenhou por desempenhar dignamente o seu trabalho. Apetece dizer que vence que entra no sistema, estando cada vez mais difícil a vida para quem tenciona exercer a profissão e está cada vez mais no fundo da lista.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Para ler e reter

Um belíssimo texto sobre as raízes fundas do pesadelo financeiro que vivemos. Para não andarmos sempre a falar do mesmo moralismo. http://jugular.blogs.sapo.pt/2877850.html

Texto sugerido pelo Sérgio Vieira

That which is unsustainable shall not be sustained

Vários responsáveis europeus têm dito que a Zona Euro está melhor do que os EUA, e portanto que os americanos não têm qualquer legitimidade para nos dar lições. O último episódio desta triste novela ocorreu há dias, aquando da visita de Geithner à Europa. Geithner disse o óbvio, e a resposta dos Europeus, não menos óbvia, coube à ministra das finanças austríaca:
I found it peculiar that even though the Americans have significantly worse fundamental data than the eurozone, that they tell us what we should do and when we make a suggestion … that they say no straight away.
Como escreveu Yanis Varoufakis, esta resposta é a demonstração de que os europeus continuam a pensar que os problemas da Zona Euro se devem à indisciplina financeira de uns quantos países - e não a qualquer pecado original na arquitectura institucional da Zona Euro - e que, por isso, a solução só pode passar por mais austeridade. Invariavelmente, o argumento europeu socorre-se dos chamados 'fundamentais', a saber: défice em % do PIB, dívida em % do PIB e défice externo. Em vez de perder tempo, imaginação e capital político a defender uma arquitectura institucional falida, seria mais útil se estas luminárias se dedicassem a tentar perceber por que razão os EUA, o Japão e o Reino Unido, que têm 'fundamentais' piores que a Zona Euro, não têm uma crise das dívidas soberanas. Falo, claro, daquilo que torna o Euro um regime monetário singular: a questão da soberania monetária. Ao contrário do que tem sido dito, a crise das dívidas soberanas é uma ficção, porque não existe qualquer dívida soberana na Zona Euro. Há dívida Grega, Portuguesa, Alemã, Holandesa, mas dívida soberana é coisa que não existe na Zona Euro. Com a prestimosa ajuda do BCE, soberanos só mesmo os mercados de capitais: o BCE é o credor de último recurso do sistema financeiro da Zona Euro, mas nunca dos Estados. É isto, e apenas isto, que torna o nosso problema diferente de todos os outros.
 
O Euro foi criado no pressuposto de que era possível (e desejável) separar a política fiscal (a cargo dos Estados) da política monetária (a cargo do BCE). E a crise actual existe não porque persista a indisciplina orçamental, mas porque a Zona Euro não parece disposta a reavaliar essa ficção e a (auto-)mutilação institucional que é o seu corolário. A pressão do BCE para que os líderes dos governos da Zona Euro aprovem o mais rapidamente possível a flexibilização do FEEF é o último avatar da ilusão de que essa separação é sustentável. No fundo, o BCE quer deixar de se ver forçado a comprar dívida pública para poder regressar ao recato da estabilidade de preços, onde a política monetária é um assunto técnico que pertence a especialistas O que o BCE (e todos aqueles para quem o FEEF é a solução para os males da Zona Euro) não entendem é que, independentemente da flexibilização do fundo, há algo que o FEEF - qualquer FEEF - nunca será: uma entidade monetariamente soberana, capaz de resolver, de uma vez por todas, os riscos de solvabilidade dos Estados. Por esta razão, o FEEF só poderia verdadeiramente substituir o BCE se se tornasse noutro...BCE. Como explicou Yanis Varoufakis neste post, a estrutura de capital do FEEF assegura que este será sempre uma arma de destruição maciça. No dia em que o BCE disser: a partir de agora é o FEEF, e apenas o FEEF, que faz aquilo que o BCE tem sido forçado a fazer, das duas uma: ou euro implode ou o BCE tem de engolir as suas palavras e ver-se-á forçado regressar à função de bombeiro.
 
Essencialmente, tudo o que a Zona Euro tem feito no último ano e meio resume-se a uma variação sobre o mesmo tema: como sustentar a narrativa de que a culpa é de alguns países indisciplinados. Enquanto a Zona Euro não estiver disposta a abadonar esta narrativa e a repensar a questão da soberania monetária, haverá sempre mais uma cimeira extraordinária para resolver aquilo que nenhuma das cimeiras extraordinárias anteriores conseguiu resolver. Para evitar o colapso do Euro, talvez fosse sensato repensar os artigos 123 (financiamento monetário dos défices) e 125 (cada país é responsável apenas pela sua dívida), que não são compatíveis com a estabilidade de uma união monetária. É verdade que estes dois artigos são peças centrais da actual união monetária, mas isso diz mais sobre a falência do actual modelo do que da sua razoabilidade.
 
Em Agosto, à saída de um encontro Troika, perguntei a Rasmus Ruffer, representante do BCE, se ele achava que, na situação actual, a estabilidade dos preços devia continuar a ser a única preocupação do BCE. Respondeu-me que sim, claro, porque a inflação é a mãe de todas as ameaças e está sempre ao virar da esquina. Eu disse-lhe que a única solução para a crise actual teria de passar pela revisão dos artigos 123 e 125 dos Tratados e por uma reconfiguração do papel do BCE. Ruffer, chocado, respondeu: isso nunca, porque a possibilidade de monetizar os défices causa (necessariamente) inflação. Em jeito de argumento de autoridade, acrescentou: 'porque sou alemão, sei que é assim'. Disse-lhe que respeitava esse trauma, mas que a causalidade entre financiamento monetário dos défices e inflação não era necessária, recordando, por exemplo, os casos americano e japonês. A resposta foi desconcertante: esses países não têm, mas hão-de ter inflação. A relação não é contingente, é necessária. Aqui saimos da discussão económica e entramos no domínio da profecia especulativa. Para Ruffer, a experiência de Weimar (e do Zimbabué) revelou uma lei, uma espécie de imperativo categórico: não imprimirás moeda, sob pena de severa punição! Há casos onde isso foi evidente, e há os outros onde ainda não é mas há-de ser, porque tem de ser assim. Que isto não satisfaça qualquer critério de cientificidade não parece perturbar Ruffer. Mas esta posição não se limita a falhar o teste da cientificidade, também ameaça falhar o teste da inteligibilidade: em si mesma, a natureza privada (via financiamento dos bancos) ou pública (via financiamento monetário dos défices públicos) do modo como um banco central injecta liquidez na economia nada nos diz sobre potenciais efeitos inflacionistas. Afinal, despesa é despesa, e não há nada na despesa pública, por contraposição a outro tipo de despesa, que a torne intrinsecamente inflacionista. A única forma de conferir inteligibilidade a esta posição resume-se, afinal, à seguinte posição: a proibição de financiamento monetário dos défices não visa controlar a inflação, mas apenas garantir que os Estados não têm instrumentos para agir enquanto soberano e, em determinadas situações, assumir o papel de consumidor e investidor de último recurso. Ruffer não só não entende como funciona o mecanismo de transmissão monetária do banco onde trabalha, como também não percebe que, em determinadas situações, só a acção determinada dos Estados é capaz de evitar o colapso de uma economia de mercado. O que aconteceu em 2009 foi que todos perceberam que os Estados tinham de gastar para evitar a repetição da grande depressão, mas ninguém se lembrou de que os Estados só poderiam desempenhar este papel se a política monetária assegurasse a sua viabilidade financeira. E não se lembraram porque a arquitectura institucional da zona euro foi criada no pressuposto de que esse sacrilégio tinha sido definitivamente derrotado pela história. Estamos todos a pagar o preço deste dogma, que a realidade, todos os dias, tem mostrado ser insustentável. Haja quem abra os olhos e se liberte do dogma.

Texto escrito por João Galamba no Blogue Jugular 19 de Setembro de 2011

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http://educar.wordpress.com/2011/09/19/e-a-vida-das-pessoas-pa-para-nao-vos-chamar-estupidos/


Texto sugerido por Sérgio Vieira:

É A Vida Das Pessoas, Pázinhos (Para Não Vos Chamar Estúpidos)!

Não é só dos professores, também é dos alunos. Deixem-se merdinh@as, de truques, de malabarismos, de incompetência, de rasteiras. De guerrinhas, externas ou internas. Deixem-se de tretas, de uma vez.
O bonzo do Jardim queima mais de mil milhões, o esqueleto andante do Oliveira Costa está custar-nos mais de cinco mil milhões, as negociatas das PPP congeminadas pelo Bloco Central dos Negócios em estradas, hospitais e obras diversas vai-nos custar o que ainda não sabemos e vocês andam a discutir tostões, a positivamente roubar dias de serviço e salários a professores contratados, a fazer poupanças de migalhas que fazem falta a quem só isso tem?
Tenham vergonha! Haja decoro. As pessoas (alunos, pais, professores) merecem um respeito que vocelências só reservam para os que têm as mãos – os braços – todas enterradas no pote.

Texto escrito por Paulo Guinote  19 de Novembro de 2011



segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O conceito de autonomia na educação

O fim das direcções Regionais da Educação é consequência de uma política onde se pretende dar uma maior autonomia às escolas e às autarquias. Os reflexos das mudanças observam-se nas Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) onde são as autarquias que seleccionam os candidatos, nos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária(TEIP) e nas escolas com autonomia onde os horários não vão a concursos nacional sendo os mesmos seleccionados pela escola mediante os critérios de selecção que entenderem.
Aborda-se com firmeza demagógica o fim dos cargos dirigentes, no entanto quem irá ser afectados não são os dirigentes que no caso das chefias das direcções regionais voltarão a dar aulas, mas quem está a começar e vê os seus horários ocupados.
Os designados cortes de milhões não são mais que números, pois a extinção dos organismos implica gastos mantendo-se o salário da maior parte dos funcionários que apenas mudam de lugar. O que se altera são os lugares de base, os referidos contratados, que são cada vez mais voláteis e precários.

domingo, 18 de setembro de 2011

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Professores contratados


Aquando das minhas pesquisas diárias, na busca de uma vaga para leccionar deparei-me com este texto que retrata de uma forma clara os problemas que os professores contratados se debatem actualmente:

De todos os pontos de Portugal, 7 de setembro de 2011

Quem somos? Professores contratados.
Quantos somos? Somos muitos!!!

Este documento surge no âmbito da situação em que nos encontramos, graças aos sindicatos e ao Sr. Ministro da Educação Nuno Crato. Para a realização do mesmo utilizámos a informação recolhida no sítio da DGRHE (que nem sempre se encontra disponível) e este surge nesta fase por considerarmos que já não é possível espezinhar nem humilhar mais os professores contratados.
Quem diz que a tradição já não é o que era, com certeza não se referia ao Concurso de Docentes. Todos os anos a história se repete: dia 31 de Agosto é sinónimo de incerteza, stress, mudanças e, para os mais sortudos, de alívio (com o prazo de validade de um ano).
Ansiamos pela publicação das listas pela DGRHE e até apostas fazemos acerca da hora em que teremos acesso às mesmas. Este ano, tal como apareceram, desapareceram, dando lugar a um “engenheiro” de capacete amarelo, que apelidámos de “Bob” e que nos impedia de aceder, estando o portal “Em manutenção” durante várias horas.
Considerando a tradição, era previsível o aparece/desaparece das listas, mas e o “desaparecimento” de 3 mil e tal horários? Nem Houdini seria capaz de tal proeza!
O que não pode (também) ser ignorado é a ausência de qualquer nota informativa, por parte do Ministério da Educação, que justifique esta situação. Este silêncio é revelador do desrespeito existente em relação à nossa classe, que tanto tem dado à escola pública. Merecemos que nos tratem sem qualquer respeito? Já sabíamos que para a tutela não somos mais que um número, que todos os anos vive à mercê do seu jogo, mas tratarem-nos desta forma tão leviana, tão desrespeitosa, não dando uma explicação para o feito, não é, de todo, razoável nem aceitável.
Assunto também escandaloso, e do qual ainda também aguardamos informações esclarecedoras, prende-se com a problemática que envolve as Ofertas de Escola.
Em pleno mês de Agosto, mês em que os docentes estão a usufruir das suas merecidas férias, são colocadas a concurso algumas centenas de ofertas de escola, com o intuito de preencher lugares para escolas TEIP. Importa salientar que estas escolas têm autonomia para contratar pessoal, segundo critérios específicos, e às quais só podem concorrer, no concurso nacional, docentes com ausência de componente letiva (DACL). Todos os outros docentes, leia-se contratados, só o podem fazer candidatando-se directamente na aplicação informática da DGRHE, em Ofertas de Escola. Ou seja, todos os docentes, quer se encontrem de férias ou não, têm obrigatoriamente que se deslocar com o seu computador e internet pessoais e consultar diariamente o sítio da DGRHE para poder concorrer atempadamente às referidas ofertas e dentro do prazo estabelecido por cada escola.
Os critérios que cada escola define são vergonhosos, já que os mesmos parecem ser criados especificamente para determinada pessoa, não importando a graduação profissional que é, talvez, um dos poucos itens do concurso com maior peso de justiça para todos os candidatos. São milhares os colegas com maior graduação a serem ultrapassados por outros com graduação bastante inferior, querendo isto dizer que os anos de docência, de experiência, de sacrifício e instabilidade, tanto a nível pessoal como profissional, em benefício da escola pública, de nada valeram.
No dia 31 de Agosto, dia em que saíram as magras listas de colocação e não colocação dos professores, começaram a ser seleccionados para as referidas escolas TEIP docentes para preencherem as vagas não ocupadas pelos DACL, verificando-se o que acima se referiu, ou seja, a entrada de colegas contratados que “escalaram” sobre colegas mais graduados que estes. No dia 2 de Setembro, todas as ofertas de escola, cujo prazo de candidatura ainda estava a decorrer, desapareceram da aplicação informática, sem qualquer explicação para tal.
Hoje, dia 7 de Setembro, continuamos a aguardar uma explicação sobre o assunto, ao qual nem sindicatos, nem diretores e nem a própria DGRHE conseguem responder. E milhares de professores contratados encontram-se presos a um ecrã, a um telefone, a aguardar desesperadamente por uma resposta, um sinal, uma explicação que faça sentido e que apazigue os seus corações, pois a vida não pára, as contas não deixam de chegar e nós continuamos a ter que nos alimentar e sobreviver.
Queremos questionar também a legalidade do não pagamento da Caducidade do Contrato, já que no dia 14 de Julho foi emitida uma sentença favorável a que esta fosse paga pelo Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, prevista no disposto no nº3 do artigo 252º do (Lei 59/2008 de de 11/9). O Ministério da Educação recusou-se a pagar e, assim, todos os professores contratados que não viram o seu contrato renovado não receberam o que por direito é deles. Esta situação é grave, principalmente por ser recusada a uns e a outros não. Existirão diferentes realidades, num país que se rege pelas mesmas leis? Seremos, para este sistema, apenas estatística? Seremos apenas números que enchem as capas de jornais e que servem para abrir telejornais, para dar ainda mais ênfase à crise que atravessamos e ao desemprego exponencial do país?
Deveria haver mais respeito por quem se empenha e trabalha para ajudar a formar um país melhor!

Atenciosamente,
Os professores contratados de todos os pontos de Portugal

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Dados viciados

Em tempos de crise, exercer carreira docente é cada vez mais complicado. Não abrem vagas para os quadros, tornando-se cada vez mais difícil a vida para quem está no fundo da lista e que ambiciona chegar ao topo. Neste última lista de ordenação a concurso, observei ter acontecido um retrocesso, pois desci cerca de 50 lugares em comparação com o ano lectivo transacto.

As explicações podem ser variadas, a saída de professores dos colégios privados, a avaliação de desempenho que propiciou o avanço de um ou dois valores, consoante a atribuição de muito bom ou excelente. Por outro lado no respeitante ao tempo de serviço, observa-se que é cada vez mais difícil obtermos um horário completo, tendo em muitos casos de compatibilizar horários em duas ou três escolas para conseguir ter um horário que permita pagar as contas mensais. 

Tal como referido na notícia do jornal i do dia 29 de Agosto as vagas para as ofertas de escolas prioritárias são cada vez mais viciadas sendo os critérios a continuidade pedagógica ou a opinião do director, verificando-se que em muitos casos nem aparece a opção da graduação profissional ou tempo de serviço.

É um sentimento de desmotivação quando observamos que candidatos com menor graduação profissional ficam com horários completos, pois conseguiram entrar no designado sistema.    

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Conforme anunciado...

... a lista de (des)contratação de professores revela um morticínio profissional e um desastre social. Pela minha parte estarei amanhã nas filas do IEFP de Viana esperando poder beneficiar das prestações sociais do desemprego. Um triste espectáculo que tem tanto de angustiante como de perigosamente habitual nesta altura do ano.


P.S. Gostei muito do texto do Renato. Quando tiver mais disponibilidade mental espero comentá-lo. Já agora, o Renato foi colocado. Parabéns.