sexta-feira, 29 de abril de 2011

Baú de Memórias




Em que ano foi isto?








A sério?!?

Novamente, estas coisas parecem mais credíveis quando têm origem alienígena. Ditas nestas paragens meridionais, seriam apodadas (até por alguns de nós mais dados ao moralismo económico) de alucinações de sulistas preguiçosos e mal-agradecidos.

Algo inesperado

Não esperava ouvir Ricardo Reis a sair-se com isto, mas olha... ainda bem que o diz... ou a coisa apertará tanto que até os mais convictos anarcocapitalistas ficam apreensivos?

sábado, 23 de abril de 2011

Lei da Separação I

A Lei da Separação da igreja do estado, veio trazer um progressivo afastamento popular da religião católica, que suponho reprimia caso enveredassem por outros ideais religiosos. Épocas de ditadura e repressão reflectidas na obrigatoriedade de seguir os dogmas do governo e da Igreja. 

Ao falar com os antigos como os nossos avós, ou conhecidos com alguma idade abordam-nos dizendo das dificuldades sentidas no inicio do século XX onde havia um total desconhecimento do que acorria, à sua volta. Havia grande percentagens de iliteracia e as pessoas desconheciam por completo maneiras de poderem sair da situação de miséria que viviam.Havia um conformismo, pois também não havia forma de dar a volta a situação.

O livro de Luís Filipe Torgal, o Sol Bailou à Meia Noite, fala precisamente sobre a influência que a religião exercia sobre a população, e a relação da situação de pobreza sentida pelas populações com a necessidade de terem alguma crença que as faça sair da situação difícil que atravessavam.

A Mudança de mentalidade ocorre progressivamente há medida que se observa o contacto com outras culturas e religiões e acima de tudo com o aumento da alfabetização da população.

Em situações de crise há uma consequente tendência para que as pessoas sintam a necessidade de acreditar em algo que lhes dê esperança. Actualmente com a crise económica volta-se um pouco a esta situação, no entanto como é óbvio num contexto social e económico muito diferente do ocorrido no início do século XX .

O Dia da Terra

22 de Abril, o dia Terra. Ontem (22 de Abril) o Público apresentou um suplemento onde alertou para a necessidade de sabermos perservar o nosso planeta Terra.

É importante que saibamos lidar melhor com os recursos, não promovendo uma exploração exagerada,  colocando em causa a subsistência das gerações vindouras.

É essencial termos em conta as desigualdades demográficas para que num futuro próximo a população mundial não continue a crescer desmesuradamente, aumentando desta forma a fome, a pobreza, os fluxos migratórios e a insegurança.

Fica aqui uma achega a futuros posts que pretendo fazer no âmbito desta temática.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Lei da Separação

Não são exageradas as milhares de linhas dedicadas à Lei de Separação do Estado das Igrejas de 1911. É a lei que encima todo o edifício anticlerical e laicista da Primeira República. Terá sido a lei mais aguardada porque referente a temas sempre presentes no ideário e propaganda republicana e terá sido a lei mais atacada porque desagradou gravemente à Igreja Católica, religião de Estado na Monarquia Constitucional, e aos sectores mais moderados do republicanismo.



Mais do que laicidade significou laicismo, ou seja, uma militância/propaganda activa de imposição de um modelo laico. Destacou-se, portanto, pela sua conflitualidade, radicalismo, carácter totalizante (que não totalitário como muitos insinuam), e dimensão persecutória.



Mais do que ser um instrumento criador de uma separação funcional entre Estado e Igreja (a laicidade moderadamente entendida), a Lei de Separação seria a lança que poderia, como disse Afonso Costa (há uma polémica historiográfica sobre este particular) acabar com o catolicismo em duas gerações. Ou seja, mais do que estabelecer uma higiénica separação entre o Estado e a igreja católica (e restantes confissões) como condição de possibilidade do aprofundamento democrático (um dos escopos do republicanismo) que a liberdade e a igualdade religiosas poderiam robustecer, pretendia-se, isso sim, extirpar a influência da religião católica (excessiva e abusadora da posição dominante por certo) e substituir o culto religioso pelo culto da pátria, ou seja, o enaltecimento dos valores cívicos patrióticos ao jeito de uma religião civil. É por isso que são simplistas e redutoras as interpretações que assacam ao jacobinismo (inegável) de Afonso Costa e outros a lei de 20 mde Abril e todas as outras leis laicizadoras com destaque para a criação do Registo Civil e abolição do juramento religioso.



Apesar de todos os erros que possam ser atribuídos a esta lei, a verdade é que o património da laicidade, tal como disse o Tiago, encerra potenciais imensos de cidadania democrática emancipada de preconceitos legitimadores de privilégios (da Igreja Católica ou outra qualquer religião dominante) injustificáveis num Estado democrático e numa sociedade livre.



Creio que o legado da laicidade mantém toda a sua actualidade e interesse em se renovar num tempo em que, ao abrigo cínico dos Direitos Humanos, se reclama o direito à diferença cultural que, no limite, pode, por exemplo, permitir a paridade das diversas leis de Deus à lei dos Homens. Sim refiro-me ao vírus do comunitarismo que em Paris e em Londres (e não só) ameaça a dignidade de todos, a liberdade individual e a igualdade de géneros.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

100 anos

Faz hoje um século que foi publicada a Lei de Separação. Esperada, jacobina, radical, laicista, aclamada, odiada, excessiva mas que trouxe o princípio da laicidade.

Amanhã, de novo, sobre o mesmo assunto.

terça-feira, 19 de abril de 2011

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Portugal: que caminho?

Nestes dias de Abril, a incredulidade vai-se apoderando de mim. Com a bancarrota à espreita, vêm-me à memória os terríveis anos que anunciaram o final do século XIX em Portugal. Nessa época, o Estado não conseguiu cumprir muitas das suas obrigações económicas, foi forçado a abandonar o padrão-ouro (sensivelmente, o equivalente ao nosso Euro) e contraiu um empréstimo, cujo pagamento apenas concluímos recentemente, mais de 100 anos depois…

A entrada do FMI em Portugal anuncia medidas absolutamente drásticas para a população e, invariavelmente, serão os mais desfavorecidos a pagarem os efeitos da impunidade política que grassa por aí. Lá fora, os comentários que a toda a hora se fazem e escrevem sobre os portugueses dificilmente poderiam ser piores.

Se, porventura, a unanimidade não for atingida dentro da União Europeia (UE) e o nosso país não começar a receber os empréstimos que o momento exige, será, verdadeiramente, difícil imaginar até que ponto poderemos descer. Vários movimentos nacionais europeus contestam a injecção de capital em Portugal e até já existem economistas que sustentam a nossa saída da UE.

Caso Portugal abandone o Euro, prevê-se o rebentar do caos. Se, neste momento, a Europa quiser expurgar-se eliminando um dos elos mais fracos (depois de, estrategicamente, pagar para as periferias se autodestruírem…) dificilmente antevejo uma posterior intervenção, a qualquer nível, em território nacional. Ora, com o agravamento exponencial do desemprego, com a ausência de dinheiro para pagar aos funcionários públicos e cumprir as demais obrigações do Estado (acabo de conversar com um jovem da minha idade que, com os olhos arrasados de água, me testemunha na primeira pessoa o drama de já não receber salário há vários meses…), com a falta de alimentos, a inevitável desvalorização da antiga moeda, o corte de água potável e de electricidade, entre muitas outras possibilidades, o poder poderá voltar a cair nas ruas.

O caos poderá estar iminente. E, no entanto, as sondagens mais actuais trazem-me previsões absolutamente inquietantes, que me levam a perguntar: onde está a memória dos cidadãos do meu país? Onde se encontram, afinal, os cidadãos do meu país?

Ontem como hoje, apesar das “Farpas” do Eça de Queirós e de tantos outros, os cidadãos continuam perigosamente adormecidos. Como diria José Gil, “nada se inscreve” e, consequentemente, os grandes responsáveis pelos anos dramáticos que nos preparamos para, verdadeiramente, começar a enfrentar insistem em pavonear-se impunemente, reinventando congressos/comícios, onde a (poderosa) lógica sofista, aplicada aos novos tempos dos mass media e da informática, é habilmente explorada para fazer crer aos mais incautos que a responsabilidade tem, afinal, outros donos.

Neste país (nesta União Europeia) do faz-de-conta, a irresponsabilidade e a impunidade não podem continuar a grassar. As Democracias têm este facto extraordinário de permitir que os povos exijam a mudança, venha ela de onde vier. Se há manifestações da “Geração à rasca”, é altura de promover manifestações pelo início da responsabilização criminal de todos aqueles que nos governam. As palavras já não são suficientes. É necessária justiça, efectiva.

A desilusão e a descrença tomaram conta do meu país. Otelo Saraiva de Carvalho, um dos rostos mais conhecidos da “Revolução dos Cravos”, acabou de anunciar que se soubesse como o país ia ficar, não teria feito a Revolução (Público, 14 de Abril de 2011).

Em meu entender, a solução para o grave problema que enfrentamos não passa por responsabilizar a Revolução e camuflar as consequências dramáticas que resultaram do longo período em que Portugal viveu sob a égide da ditadura fascista. Isto para não recuar mais no longo poço da existência nacional e resgatar “As causas da decadência dos povos peninsulares…” – parafraseando o título do extraordinário discurso de Antero de Quental, em 1871 – que também nos ajudam a compreender o que hoje somos e/ou não podemos ser…

Quando, em 1933, Franklin Roosevelt pretendeu tirar os EUA da Grande Depressão, que já havia atirado para o desemprego milhares de pessoas, teve necessidade de basear-se num economista britânico, de seu nome John Keynes (hoje, quase votado ao ostracismo pelos Manuais de História). As ideias de Keynes, profundamente originais para a época, levaram Roosevelt a promover, entre outros aspectos, a intervenção do Estado na economia.

Hoje, numa profunda lógica salazarista, a tendência nacional e europeia continua a incidir, invariavelmente, no aumento dos impostos e na redução das despesas públicas. Ora, será necessário tirar um curso universitário para colocar em prática estas medidas? Aos políticos não se exigirá muito mais?

Se a resposta à questão anterior for positiva, talvez estejamos na hora de definir outros critérios para ascender à parte mais alta da pirâmide política, ou seja, de renovar o próprio sistema. Concretizando: o mérito, o trabalho e o percurso de vida deverão passar a ter um peso efectivo na chegada ao mais alto patamar da vida pública nacional, em detrimento do actual carreirismo… Ao contrário do que poderemos pensar, a Democracia não é um regime inacabado, necessita de ser constantemente reinventado e aperfeiçoado. Ao matar as utopias, a lógica moderna, que tudo subjuga aos cifrões, matou também a imaginação e o sonho, fundamentais para aprender a “pensar fora da caixa”… e do sistema.

Mas, bem o sei, as regras não vão mudar de cima para baixo, pois quem, efectivamente, se perpetua no poder não está minimamente interessado nisso. É aqui que entram (que podem entrar) os cidadãos, quando, efectivamente, eles existirem…

O poder local, se conseguir mobilizar os cidadãos, na restrita área das suas freguesias, dos seus concelhos, pode assumir um papel decisivo no futuro imediato deste país.

Numa era da propalada globalização, é preciso descer ao terreno e sentir as pessoas, promover encontros/debates, ouvir os problemas e aspirações das nossas gentes… ajudar, lentamente, a nascer cidadãos.

A esperança é reduzida? A mudança será ínfima? O meu optimismo é manifestamente escasso? O estudo da História não me dá ilusões e a resposta terá, necessariamente, de ser afirmativa. Mas reside aqui a única alternativa sustentável que, a médio e longo prazo, ainda consigo vislumbrar para um país extraordinariamente rico do ponto de vista geográfico, histórico... mas tão pobre ao nível dos seus governantes máximos, mais empenhados em criar “carneiros” prontos a segui-los do que cidadãos capazes de fazer crescer a nação.

Que o mês em que se comemora Camões e, em última instância, Portugal represente, verdadeiramente, o final de um ciclo conjuntural. Aí, nesse mês, nesse dia, nessa hora, nesse minuto, a responsabilidade é única e exclusivamente nossa. Demitir-se dessa obrigação é desistir do país, é permanecer indiferente ao nosso próprio destino, individual e colectivo. Em meu entender, o cerne de “Abril” ainda reside aqui.

Renato Nunes


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Não é que não suspeitássemos...

Mas estas coisas ditas por estrangeiros até que têm mais credibilidade, não é?

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A Internacionalização do Mundo

Ouvi indefinidamente o testemunho do senador Cristovam Buarque sobre a Internacionalização da Amazónia.
Vou deixar aqui um breve comentário pois na minha opinião o discurso do senador é muito claro e objectivo.
Actualmente fala-se muito de Globalização, da Universalização de modos de vida, na sobreposição das culturas mais influentes sobre as mais fracas. Aborda-se pouco a possibilidade da universalizar os nosso bens como a água e o petróleo, e mais a possibilidade de os privatizar e controlar avidamente até à sua extinção. As consequência estão à vista.
Este testemunho alertou-me para o problema das alterações climáticas, a progressiva extinção dos recursos em consequência da sua sobre exploração e o aumento das desigualdades socioeconómicas entre os países.
É preciso agir de um modo Universal onde haja uma maior entre-ajuda e um menor peso das grandes potências económicas na gestão do Mundo e dos países. Deixemos que o Mundo seja das pessoas, que o saibam gerir de uma forma mais consciente onde o interesse económico não se sobreponha ao social.  

sábado, 9 de abril de 2011

O Presidente da República

Bem se o Presidente da República não tem o papel de promover o consenso entre os partidos, em situações como as vividas actualmente, não percebo a sua função.
Bom se calhar vistas as coisas tem um papel, divulgar Portugal pelo Mundo,dando a conhecer as suas valências. No entanto apercebo-me que nem isso o nosso Presidente faz. Como é que é possível vir pedir "imaginação" a Bruxelas na resolução da dívida portuguesa. Isso na minha opinião é passar um atestado de incompetência ao Governo e às capacidades do país.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

sábado, 2 de abril de 2011

O Presidente da República e o consenso nacional

Conturbados pensamentos envolvem o país numa crise política e social, onde cada um tem uma opinião para a resolução de tão difícil situação económica. Exactamente o oposto do que deveria  ser a realidade. O país precisa de uma união, de um entendimento partidário e ideológico, tendo como objectivo a resolução dos seus problemas.

O Presidente da República, como representante máximo do país deve promover o incentivo à união partidária e não espicaçar a  rebelião popular  e  partidária, com o intuito de provocar uma instabilidade como ocorreu no seu discurso de tomada de posse.

Em situações como as vivida actualmente cabe ao Presidente da  República, o papel de proceder a um entendimento entre os partidos, escolhendo um governo de Salvação Nacional onde serão definidos representante de todas as facções partidárias representadas na Assembleia da República.

Infelizmente a situação foi a dissolução da Assembleia da República e a realização de eleições  antecipadas, no próximo dia 5 de Junho. Espero estar enganado mas antevêem-se períodos conturbados, vai haver o aperto do cinto, e o aumento das politicas austeras. Vamos lá ver se desta vez há a descida do défice e o crescimento económico.