terça-feira, 10 de agosto de 2010

"O leitor sem qualidades"

Com este post não pretendo demover e aprofundar um tema que eu não domino particularmente. Aliás na imensidão de informação que nos circunda diariamente torna-se difícil conseguirmos estar continuamente actualizados ou dizermos que sabemos tudo sobre algum tema. É nisso que se encontra a beleza da ciência e do saber.
Na Geografia assim como na vida é cada vez mais importante a versatilidade e a polivalência, sem descurar a competência e o rigor profissional. O que me incentivou a realização deste texto foi João Ventura e o seu blogue “O leitor sem qualidades”. Apesar de estar longe de me considerar especialista em literatura apercebo-me e dou o devido valor a um texto bem escrito e elaborado.
Este blogue surgiu-me aquando as minhas pesquisas sobre o escritor chileno Bolaño, que me suscitou interesse conhecer devido à sua origem, America Latina( espaço tão controverso e polémico) o tipo de escrita e temas tratados. Tinha curiosidade em saber um pouco mais sobre ele, aquilo que ele escrevia e o modo como o fazia. Fiquei positivamente surpreendido. Recentemente recebi de duas pessoas que eu muito prezo um dos seus livros mais afamados “2666”.
Não posso dizer que goste de um estilo literário em particular porque, considero que leio pouco o que me impede de ter uma ideia formalizada. Posso dizer que me atraem livros com uma mensagem, onde consigamos aprender algo de útil sobre nós e o mundo que nos rodeia(ou).
A literatura portuguesa é muito vasta e apresenta escritores com muita qualidade, no entanto vou salientar dois escritores que têm como primeiro nome José: José Saramago e José Luís Peixoto.
Esta escolha ocorreu devido à simpatia que nutro pela escrita de José Luís Peixoto, difícil, bela e envolta em pensamentos de tristeza e nostalgia. Na escrita de José nós encontramos a ligação com a realidade que vivemos de uma forma figurada mas presencial. Para a concretização da minha opinião transcrevo duas frases inferidas no romance Nenhum olhar: “(…) talvez o sofrimento seja lançado às multidões em punhados e talvez grosso modo caia em cima de uns e pouco ou nada em cima de outros(…)” “ (…) talvez os homens sejam pedaços de caos sobre a desordem que encerram(…)”. As frases podem ter várias interpretações ou significados, induzindo para os problemas que se reflectem na sociedade actual.
O Romance de “Nenhum Olhar” ganhou em 2001 o prémio José Saramago, uns dos mais importantes da literatura portuguesa. José Luís Peixoto é uma das promessas da literatura portuguesa e um possível sucessor de José Saramago. Para terminar cito uma frase de José Saramago sobre José Luís Peixoto: “O José tem que pensar na sua obra”.