segunda-feira, 24 de março de 2008

Um fim de semana diferente


As palavras permitem-nos descrever de um modo solto e descontraído aquilo que sentimos. Por vezes a confusão que emana nas nossas vidas leva-nos a procurar espaços onde possamos de uma forma relaxada escrever, sem o stress e a pressão resultante do cumprimento de horários ou de datas.

Neste fim-de-semana Pascal, tive a possibilidade de usufruir desses momentos, passando um fim-de-semana prolongado por terras Algarvias na sempre agradável companhia familiar.

Já há algum tempo que não me deslocava ao Algarve, já não sei ao certo, o tempo mais que suficiente para observar de um modo claro alterações paisagísticas, essencialmente no que concerne ao crescimento do mercado imobiliário.
Não queria entrar muito num assunto tão delicado como o planeamento urbanístico, que mexe com tantos interesses, ainda para mais no Algarve, no entanto não posso deixar de fazer alguns comentários expressando um sentimento de profunda apreensão, quando observo a construção de aldeamentos turísticos tão próximos das dunas.

O planeamento urbanístico deve ser realizado de um modo coerente, tem de jogar com um conjunto de factores de índole geográfica, geológica, histórica, arquitectónica, de engenharia etc. Antes da concretização de infra estruturas imobiliárias é essencial a elaboração de estudos interdisciplinares, percebendo-se de um modo claro, as localizações mais e menos adequadas à construção de imóveis. Infelizmente as coisas nem sempre se desenrolam desta forma e muitas vezes os interesses económicos sobrepõem-se à coerência dos factos.

Eu com a elaboração deste post não pretendo censurar ou criticar os interesses imobiliários que detêm um enorme peso e são essenciais numa sociedade que procura crescentemente o luxo resultante de um turismo de qualidade. O que eu pretendo dizer é que devem ser as autarquias ou o governo a indicar os locais mais apropriados para a construção e não o contrário, como infelizmente ainda acontece muito em Portugal.

Pondo de lado a problemática do planeamento, que nos conduzia à concretização de um post muito extenso fugindo ao seu principal objectivo a descrição do meu fim de semana pascal no Algarve na companhia dos meus pais e da minha mana.

Estes dias serviram essencialmente para descansar para pôr a leitura em dia, passar uns dias agradáveis na companhia dos meus pais e da minha irmã e desfrutar da sempre especial presença do Mar. Não consigo esconder a minha eterna paixão pelo Mar, sem no entanto esconder o enorme respeito que ele me merece.

Nesta fase um pouco mais atribulada da minha vida derivado essencialmente da incerteza de um futuro instável, estes dias serviram para organizar as minhas ideias e recarregar as baterias, para uma batalha que não se advinha fácil.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Morfogénese e Morfocronologia

O título amedronta…talvez, admito que não são termos muito familiares, tive a estudá-los para um exame da pós graduação e apeteceu-me partilhar o que aprendi com quem tenha (muita) curiosidade em conhecer o significado destes conceitos geográficos e físicos

Estes conceitos têm em comum o prefixo morfo, que segundo o dicionário, quer dizer aspecto exterior…indiciando desde modo a observação e descrição de algo através da sua aparência externa. Neste caso e como estamos a falar de conceitos geográficos físicos pretende-se observar, descrever e explicar a aparência exterior dos modelados que constituem as formas de relevo.

Morfogénese e Morfocronologia correspondem ao “como” e ao “quando”(Fernando Rebelo). O estudo das formas de relevo implica um conhecimento da sua evolução espacial e temporal, sendo por isso essencial uma boa percepção da litologia, da tectónica e clima em que estão inseridas. A Morfogénese está intimamente relacionado com a explicação da génese das formas, enquanto que Morfocronologia se preocupa em subdividir temporalmente os factores implícitos na origem dos fenómenos….daí a relação da palavra “como” com a morfogénese pois explica o modo como se formaram, enquanto que a morfocronologia, explica “quando”, em que época, fase se processaram as suas alterações.

Segundo Brum Ferreira predomina uma “estreita relação entre os climas regionais da Terra e a Morfogénese…é preciso não esquecer que o passado é a chave para a explicação do futuro”. Com esta afirmação de Brum Ferreira observa-se de uma forma clara a necessidade de perceber o passado para compreender o presente e supor o futuro.
Para podermos compreender a morfógenese temos de compreender a evolução temporal dos factores, isto é a morfocronologia….é por todas estas razões e muitas mais que eu achei estes dois complexos conceitos tão interessantes.

Muito mais haveria por dizer…aliás em ciência não há conceitos definidos, a sua beleza está na troca de opiniões…só assim se formulam e desenvolve
m conceitos