quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O desmoronar da Democracia

Escrevi no longínquo mês de Março, no contexto da "Primavera Árabe" um enquadramento da palavra Democracia. Curiosamente começou por ser implementado na Grécia ,o designado berço da civilização, que agora esta a desagregar-se, em resultado da convalescença dos mercados, ou melhor da ascensão meteórica do seu poder e influência.

Após a publicação do referido texto, já ocorreram uma convulsão de acontecimentos, que nos atormentam a todos, principalmente a maior franja da sociedade os "plebeus da sociedade média e baixa", os muito afamados 99%.

Atormenta-me perceber que o caminho traçado pela Europa nas últimas décadas conduziu à progressiva fragmentação da sua União Política, observando-se o descalabro da União Monetária. Observa-se que conquistas dos trabalhadores e do povo, que ocorreram durante décadas, os Subsídios de Férias e de Natal, foram aniquilados, em consequência de políticas descompensadas dos sucessivos governos, que beneficiam consecutivamente os grandes lobbies.

Apraz-me registar todos estes cortes, reflectidos nos salários e impostos inferidos ao portugueses, no entanto não é principalmente isso que me atormenta. Preocupa-me sim, que com o alargamento dos mercados e o ganho de influência do poder financeiro sintamos que a corrupção é cada vez mais declarada e a transparência inexistente. Caso os cortes referidos mostrassem um caminho claro, onde a saída fosse detectável, não veria qualquer problema em fazer sacrifícios, o problema é que não é isso que acontece.

A democracia é poder que foi concebido ao povo, através do voto, no entanto os nossos governantes traem diariamente os seus eleitores, escondendo sucessivamente negócios obscuros, que arruiam(ram) as nossas contas públicas, em favor de interesse económicos.
É por todas estas situações que eu me apercebo que a democracia nos seus trâmites originais , está a desmoronar-se, pois como refere José Saramago, quem Governa não são os governos mas as Grande empresas e interesses económicos. No fundo quem manda, ou neste caso ganha sempre, são os mercados e cada vez menos os cidadãos. 

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