sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Profecias

Há uma fenómeno que me intriga particularmente: o das profecias auto-realizadoras, ou seja, quando uma previsão se torna realidade por acção do «profeta».
Questiono-me se os problemas com a dívida pública portuguesa, agravados com os sucessivos aumentos de juros decretados pelos «naturalíssmos» mercados, não se poderão inscrever neste rol de profecias.
Quando (e se) Portugal entrar em incumprimento (o célebre «default» de que os loquazes de economês fluente tanto falam, mesmo os de língua portuguesa) tal não se deverá, precisamente, não a um descalabro provocado por uma evolução económica negativa catastrófica (que não temos), mas antes a uma canga acrescida pelos juros inflacionados por quem teme o dito... default?

A economia pouco ou nada tem de natural, de «deus ex machina». É uma construção social. Mas nada disto importa...

2 comentários:

Tiago Sousa disse...

O Mundo de hoje é ingrato para os países menos poderosos.

O crescimento de uma economia torna-se muito difícil quando ela não usufrui de qualquer riqueza, ou não tenha capacidade política e produtiva.

Na sociedade global que nós habitamos a implementação de medidas que imprimam crescimento económico, têm de ter em conta as variações dos mercados globais.

Países como Brasil, Índia, China ou Angola, onde se tem observado um crescimento económico galopante, verifica-se a existência de uma mão-de-obra numerosa e barata e detêm grandes valências no que respeita aos recursos naturais.

No entanto a sociedade por nós coabitada é por natureza economicista que privilegia o lucro em detrimento do bem-estar social. Acontece que nos países atrás mencionado que têm evoluído muito economicamente têm conhecido um aumento do fosso entre os mais ricos e os mais pobres.

Quem gere a economia Mundial são as grandes potências como os Estados Unidos Japão ou União Europeia que se aproveitam de todos os factores para conseguirem controlar todos os fluxos que circulam no Mundo.
Estes países ou grupo de países comandam as organizações não governamentais (ONU,OMC, Nato, FMI) que gerem grande parte dos fluxos transaccionados no Mundo.

A teia económica mundial é muito difícil de perceber, pois é muito complexa e está em constante mutação.

Um país pequeno como Portugal com uma economia débil está sujeito às interpretações realizadas pelas agência de rating, que a avaliam e interpretam o risco que as empresas estrangeiras têm se pretenderem investir em Portugal.

Portugal para conseguir crescer tem que produzir, necessitando para isso de empresas que vejam em Portugal uma boa aposta. Por outro lado se requerermos de um empréstimo para promover um investimento, os juros, são medidos de acordo com a interpretação das empresas de rating e do FMI.

Uma interpretação errada da realidade portuguesa pode colocar em risco todo um conjunto de políticas de desenvolvimento promovidas por um país de reduzidas dimensões espaciais e económicas como Portugal.

Anónimo disse...

Depois da leitura deste post deveras interessante, também eu fiquei intrigada. Diz-me Sérgio,quem é que pode ser profeta e fazer com que as suas professias se realizem?
B.