quarta-feira, 25 de abril de 2012

Um suspiro pela Liberdade

Actulamente encontro-me a ler o livro de José Saramago "Ensaio sobre a lucidez", um livro brilhante, que retrata as mutações políticas inerentes à manifestação de descontentamento do povo, através o voto em branco e as consequentes reacções menos democráticas dos governantes perante toda esta situação.

A democracia é um conceito com vários significados podendo ser usado e conduzido de diferentes formas consoante o seu objectivo. Actualmente vivemos uma situação em que a democracia não se presencia, pois todas as decisões são tomadas sem tomar em conta a opinião do povo, sendo que quando este pretende dar a entender a sua indignação, procedem pelo caminho mais fácil, ignoram ou humilham batendo, como aconteceu na recente manifestação.

Sente-se medo de se dizer e escrever o que se pensa, com receio de retaliações, de se perder o emprego, a estabilidade social e económica. Uma época dificil vivida por nós portugueses, habitantes do Mundo.

As opções de Mário Soares e Manuel Alegre de não marcarem, hoje presença nas comemorações do 25 de Abril, é um sinal que não estamos a caminhar pelo caminho certo.

No dia da Liberdade clamo aos políticos do meu país que apresentam na sua lapela a bandeira de Portugal, que pensem, de uma forma mais holística e não se restrijam, às limitações impostas por eles mesmos e por uma política externa demasiado dogmática e pouco realistica. Peço que tenham em conta a capacidade de luta e a tenacidade desta gente que Adora o seu país e fará tudo para o tirar da situação difícil que está. Deixem pensar e expressar um povo que resistiu a muitos anos de ditadura e repressão, não limitem os seus ambiciosos horizontes,  ouçam, dialoguem, pois dessa forma tudo será mais fácil.

1 comentário:

Sérgio disse...

Pois é, Tiago. Ao olhar para as imagens da época, não deixo de ficar perplexo com o actual cinismo dos instalados no mando, sem qualquer vértebra consistentemente democrática. Vivem-se tempos de refluxo liberal, no pior do interesseirismo, rentismo capitalista e desavergonhada ofensiva anti-social. E, infelizmente, há tanta gente a concordar e a dizer que tem de ser que até me questiono como é que foi possível fazer o 25 de Abril com uma sociedade destas...