sexta-feira, 16 de maio de 2025

Ter a coragem de dizer o que sinto

 Olho à minha volta e vejo tempo livre. Estou de baixa há três meses e a mim parece-me que passaram três anos. Nunca pensei que ocupar o tempo fosse tão difícil. Saber lidar com uma depressão e com o cansaço extremo. Ter vergonha de o dizer aos outros. Lidar com a necessidade de desligar da minha atividade profissional mas não o conseguir. Observar apenas o lado negativo, constatar que não quero mais ser professor, pois já passei por muito, não consegui aliviar a pressão, cedi aos alunos e não fui claro na exposição dos conteúdos, deixei crescer um monstro e não consegui combate-lo. Fui vencido pelos pensamentos que entroncavam no pânico, na incapacidade de interagir e partilhar o que sinto, os meus problemas a minha ansiedade.

A minha vida sempre oscilou numa luta interior entre o eu mais irreverente e o mais introvertido. Entre o professor mais autoritário e o mais afável e desleixado. O querer fazer coisas e o aquele que se acomoda à letargia de cumprir o mínimo. Lembro-me das duas vezes que me envolvi em projetos fui incentivado por colegas professores. Também já tive casos que em que fui incapaz de responder a reptos e propostas de trabalho em conjunto por estar embrenhado em trabalho e ter medo de me envolver, pois não me sentia confortável. Nas minha oscilações de personalidade é muito difícil encontrar o bem estar, é difícil ter coragem para tomar de decisões e acreditar nelas. Já aconteceu mas por norma privilegio decisões fáceis de tomar, prefiro seguir caminhos onde sei à partida que tenho sucesso. 


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