Apesar da grande quantidade de informação que nos é transmitida diariamente através da televisão, sendo hoje em dia generalizada a ideia da Tv por cabo, como algo que muitos portugueses já não dispensam, de acordo com várias teorias amplamente divulgadas: ”Os quatro canais não oferecem a diversidade desejada”.
Querendo transpor uma ideia de um post transcrito por Cristina Carvalho hoje no blogue De rerum natura “café às cores”, em muitos casos os portugueses são aliciados pelas cores, pelo exterior, o status social e qualidade de vida que emprega a posse de um infindável número de canais televisivos. Não quero com isto censurar, pretendo apenas alertar para um problema que está em vias de acontecer, a privatização da RTP.
No exercício da minha profissão de professor, vi-me privado dos designados canais por cabo que compartilhava na minha residência habitual, tendo a sorte de felizmente poder ter os dois canais públicos a RTP 1 e 2.
É com tristeza que eu antevejo o fim dos designados canais públicos, não só por acreditar que são uma mais valia e não um fardo como se faz querer, mas porque também nesta fase não existirão provavelmente muitos compradores e os preços serão necessariamente baixos. Na minha opinião estão a vender-se activos que nos poderão ser muito úteis no futuro.
A existência de canais públicos indica-nos a não emergência do lucro, elaborando-se por isso programas que não têm unicamente como objectivo as audiências, mas a qualidade e públicos mais restritos. É isso que acontece com a RTP2 onde é possível observar um programa de hora e meia sobre o cultura “Câmara Clara”, o “Sociedade Civil” que aborda a problemática da cidadania activa e por exemplo o noticiário sobre política externa “Olhar o Mundo”. Na RTP1 o muito afamado “Prós e contras” que promove o debate e a troca de ideias, ou seja faz serviço público durante várias horas.
Exceptuando o Prós e contras são tudo programas que têm poucas audiências, mas que são uma tremenda mais valia para quem tem apenas os designados 4 canais, assim como para o país pois dá-se uma palavra ao cidadão que de outra forma não aconteceria.
Com a privatização da RTP temo que todos estes programas se extingam e o direito à cidadania esteja desta forma cada vez mais restrito e limitado.
2 comentários:
Concordo plenamente. Também tenho apenas quatro canais, e sem dúvida que os públicos são os únicos que consigo ver. O resto dos canais generalistas oferecem-nos novelas, reality shows, e outros programas vazios de conteúdo. Já vejo pouca televisão, mas assim vejo cada vez menos.
Rafael infelizmente nesta fase do campeonato não se olha para a qualidade mas sim para quantidade. E neste momento dá mais lucros telenovelas e reality shows do que programas culturais ou que abordem o direito de cidadania através do simples direito à opinião. Futuramente apercebo-me com cada vez mais clareza que quem quiser um serviço com qualidade terá que o pagar. estou a falar de tudo desde saúde, educação...Para que servirão os nossos impostos? Irão servir para tapar um buraco sem fundo que é a nossa dívida externa.
A políticas liberais controlarão cada vez as soberanias nacionais, Portugal sendo um país débil irá ser severamente afectado.
O que mais me dói é que quanto mais dinheiro pedimos mais dinheiro teremos que pagar pois as taxas de juro são elevadíssimas.
Qual era o comum português que consegue suportar juros de 14%, para o pagamento a crédito de uma casa ou um carro.
Há muito a fazer e uma das coisas mais urgentes é colocar um regulador financeiro europeu, como é que é possível as políticas económicas europeias estarem condicionadas pelas agências de rating dos Estado Unidos.Não se percebe.
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