sábado, 5 de dezembro de 2020

Um passeio matinal natalício.

O isolamento profilático chegou ao fim. Para a Cecília está a ser mas difícil do que ela desejava o regresso às rotinas e futuramente ao trabalho.
O regresso do Duarte à casa dos pais depois de ter cumprido quase duas semanas de isolamento em casa dos avós foi misturado com a alegria do Natal e o retorno às brincadeira. O Duarte consegue distinguir perfeitamente os brinquedos da casa dos avós e da casa dele. Durante o isolamento dei aos meus pais alguns brinquedos cá de casa e o  Duarte disse aos avós que não queria, pois esses brinquedos eram para brincar na casa dele.

Este fim de semana depois de um progressivo regresso ao trabalho que aconteceu apenas na quinta e sexta feira tive um tempo para sair com o Duarte e saborear novamente o prazer das brincadeiras e conversas ao ar livre nas ruas de Oliveira do Hospital.

Este sábado de manhã esteve um sol radiante depois da tormenta que foi a sexta feira onde choveu muito na região centro e até nevou cerca de 1 hora em Oliveira do Hospital. Nota-se que a chuva e o  Inverno finalmente chegaram. Gosto do Inverno, de saborear os momento à lareira na companhia da família.

Neste sábado acordámos cedo, ainda antes das 9h. O passeio deste sábado com o Duarte foi um passeio natalício. A mãe antes de sairmos por volta das 10h30 disse-nos para irmos ver os presépios e passear junto ao Largo Ribeiro do Amaral.

Após ter parado para comprar pellets, o combustíveis para alimentar e tornar mais quentes as noites frias de Dezembro o Duarte insistia que queria ir ao parque do Mandanelho. Eu disse-lhe que hoje iriamos fazer uma volta diferente mas devido à insistência da criança estacionei o carro junto do parque do Mandanelho e fomos a pé até ao Largo Ribeiro do Amaral.

Nós evitamos ir para esta zona devido à presença dos baloiços que o Duarte adora e agora infelizmente não os pode frequentar. 

Quando chegámos ao Largo Ribeiro do Amaral olhei para biblioteca municipal e lembrei-me dos tempos em que o Duarte com apenas 2 e 3 anos acabados de fazer ia à biblioteca comigo. Eu deixava-o  circular e desfrutar do espaço lúdico para crianças. O jogo que ele mais gostava era o  Gombby onde ele numa espécie de puzzle em círculo com cores observava as várias fazes do dia através de uma  personagem que ele adorava. De vez em quando pegava em livros, folheava e contava histórias à sua  maneira com base aquilo que via nas imagens. Foi dos primeiros contactos que ele teve contacto com tantos livros ao mesmo tempo e adorou. Outras das brincadeiras que nós fazíamos era com almofadas em forma de cilindro, colocávamos uns em cima dos outros e contruíamos castelos, ou então usávamos as almofadas como se fossem rodas e empurrávamo-los para onde queríamos. Por vezes quando os avós  paternos lá iam ter, aproveitávamos uma grande almofada em a forma de um crocodilo  usada para nos sentarmos no chão, sentávamos lá o Duarte e eu ou meu pai puxávamos. Ele adorava ser transportado sentado em cima da almofada, principalmente quando algum de nós puxava com mais velocidade.

Hoje decidi ir de novo à biblioteca para lhe mostrar os enfeites de Natal e reviver velhos tempos.
Quando entrámos ele dirigiu-se imediatamente para a árvore de Natal e teve um breve diálogo com a senhora da receção que passo a descrever:
Duarte: "A árvore de Natal tem presentes de verdade"
A senhora com um ar de desilusão após ver o ar expressivo da criança e disse-lhe: "não são apenas caixas sem nada lá dentro"
Senhora: "Como te chamas?"
Duarte: "Duarte Sousa"
Senhora: "Que idade tens"
Duarte" Vou fazer quatro anos em Janeiro"
Senhora" Porque viste à biblioteca"
Duarte "Venho cá ver histórias de natal"
Senhora " Toma estes livros de natal, podes ver aqui se quiseres"
O Duarte agradeceu os livros pegou neles e levou-os para a ludoteca 

Quando chegámos à ludoteca eu ainda lhe tentei ler umas histórias mas definitivamente não era altura para isso. O Duarte observou um cenário de madeira contruído para o  natal e foi-se imediatamente sentar no trono do pai natal. Após uns breves instantes contornou o cenário natalício e dirigiu-se para os bastidores, o local onde se preparam as festas de natal. Antes de irmos embora sentou-se num trenó e tocou num bonecos de natal e umas bengalas que estavam junto a um vidro. Nesta idades a curiosidade fá-los ter necessidade de tocar  e mexer nas coisas. O pai por vezes tem que chamar a atenção.

Antes de sairmos da Biblioteca perguntámos se o presépio do Largo Ribeiro do Amaral já estava pronto ao que a senhora disse que sim. Descemos uns metros e quando estávamos a chegar junto do presépio vimos que a porta lateral da igreja matriz estava aberta. O Duarte perguntou-me "podemos entrar pai". Eu respondi-lhe que teria que perguntar primeiro. 

Dirigimo-nos para a Igreja Matriz e após nos darem autorização entrámos.

Foi muito curiosa aquela visita à Igreja, pois entrámos no preciso momento em que estavam a fazer o presépio de natal.
A curiosidade do Duarte é imensa e o à vontade que ele tem para questionar e meter conversa com quem não conhece é surpreendente.

Quando chegámos junto ao presépio  que se encontrava na parte central da igreja no chão por baixo da mesa onde o padre celebra as missa. Eu relembrei-lhe as imagens do presépio que estavam ali representadas José, Maria e os  reis magos. O diálogo que se seguiu entre o nós e as pessoas que lá estavam a trabalhavam foi o seguinte:

Duarte: "Este presépio não tem tantas figuras como o do meu avós"
Eu: "Neste presépio as figuras são maiores que as dos avós e por isso estas são menos. O presépio dos avós tem músicos, lavadeiras, animais...."
Senhora" Mas olha que este presépio também tem animais, procura-os"
O Duarte e eu olhámos lá por trás de José e Maria e de facto lá estavam escondidos o burro e a vaca.
Após uns breves momentos apareceu o padre António que lhe fez mais perguntas 
Padre António " Sabes porque é que o menino jesus ainda não está nas palhinhas deitado"
O Duarte não respondeu
Padre António: " A Maria está grávida e o menino jesus só irá nascer no dia 25 de Dezembro"
Duarte: " Quem o vai ajudar a nascer"
O Senhor Padre com um sorriso no rosto pela pergunta inesperada da criança disse-lhe a primeira coisa que lhe veio à cabeça.
Padre António "o José dará uma ajuda quando o menino jesus nascer"
O Padre António perguntou-lhe onde estava o Burro e a Vaca, o José e a Maria ao que o Duarte apontou para as figuras de uma forma certeira,
Passado uns minutos o Duarte disse "Pai olha uma borboleta" 
Eu não  discerni de imediato onde ele tinha visto uma borboleta.
Duarte: Ele apontou "pai ali" por cima do presépio.
Após breves minutos eu conclui que ele se estava a referir a um anjo que estava na mesa do padre por cima do presépio. 
Eu respondi-lhe que aquilo não era uma borboleta, mas sim um anjo. Achei deliciosa esta observação.
Felizmente não me perguntou o que era um anjo pois teria novamente de puxar pela imaginação para lhe dar uma resposta.



Após este breve diálogo despedimo-nos das senhoras e dos senhor padre e  fomos ver o presépio do Largo Ribeiro do Amaral que tinha quase todas as figuras do presépio da igreja à exceção  do menino jesus que naquele presépio já tinha nascido. 

Neste passeio matinal ainda fomos ao parque do mandanelho e depois fomos para casa.

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