sábado, 28 de maio de 2011

Olhar o Alentejo II

Olhar um espaço poder compartilha-lo sentir a sua gente e um carinho por ele. Nestes (longos) meses compartilhei um espaço físico duro onde as temperaturas variam muito ao longo do ano. Ao longo do tempo aprendi a conhecer melhor as gentes, integrar-me no espaço, conhecendo-o interagindo conseguindo desta forma ultrapassar mais facilmente os obstáculos que se me depararam.

Quando olhamos o Alentejo observamos uma paisagem monótona mas encantadoramente bela onde perfazem montes salpicados por oliveiras, sobreiros e vinhas, vislumbram-se espaços amaralecidos pelo calor do Verão onde se extraem os cereais que dão cor à paisagem. Os fardos de palha encubados ou enrolados em cilindros alimentam o gado que livremente circula em espaços que já consideram seu. 

Falta gente nesta terra, sendo que a existente em consequência da idade se abstraiu de fazer planos a longo prazo. É cada vez mais urgente promover o desenvolvimento humano em detrimento do económico para que pessoas que trabalharam uma vida inteira sintam conforto e felicidade nos últimos anos das suas vidas.   

4 comentários:

Anónimo disse...

CONCORDO.

amsbs disse...

EM TODA A LINHA.

Sérgio disse...

Para além do encanto imediato do Alentejo, imagino que aos olhos de um geógrafo, as análises suscitem outras reflexões, como as que fizeste, desde o perfil orográfico ao regime agrícola/económico, ao (des)povoamento, etc.
Também tive a oportunidade de passar este ano lectivo na região e nunca me cansei desta paisagem extraordinária. Faz-me, aliás, falta, depois de mais um dia com alunos impossíveis.

Abraço.

Tiago Sousa disse...

A paisagem ajuda a revigorar após um dia uma semana ou um mês de trabalho.
Além da beleza da paisagem uma das coisas mais aprecio são as diferenças das cores, que subjazem nas diferentes estações. Deve ser a Região onde as estações do ano melhor se distinguem.

Desde as cores outonais, passando pelo frio do Inverno onde as folhas caem, até à florida Primavera e ao amarelecido. Nos vários trajectos que fiz para Sabóia deu para ir saboreando o passar do tempo e as alterações na paisagem. Deixo aqui o meu testemunho numa deslocação para Sabóia ao fim da tarde no longínquo mês de Novembro:

"Na passada terça feira fui para mais uma das muitas reuniões em Sabóia. A escola onde tenho só 6 horas e me dá m...e me compor o horário.Continuando, quando ía para a dita reunião apesar da pressa devido ao atraso não consegui deixar de me deslumbrar com a bela paisagem de um Alentejo profundo onde o pôr do sol associado, a paisagem Outonal e uns toques de verde resultantes das últimas chuvas, concederam-lhe uma beleza que eu associei imediatamente a uma tela fascinante. Apeteceu-me parar o carro tirar um número infindável de fotos. Não deu, pois o tempo era escasso, mas surgirão novos oportunidades.

É triste e desolador aperceber-me de sítios tão bonitos que são esquecidos e mal aproveitados pelo nosso país.

Há-de correr tudo bem em mais esta etapa da minha vida, tenho estes momentos que me dá para apreciar a paisagem e encher um pouco o ego para enfrentar mais um dia de trabalho."