segunda-feira, 23 de maio de 2011

Etnopolitik

Que o preconceito é danado de extirpar como qualquer irritante erva daninha, já se sabe. Que venha da Alemanha, enfim, também não surpreende (embora dizer isto assim também seja uma generalização abusiva, pois claro). Pior é que venha da Chanceler de um país que passou pelo trauma existencial do nazismo e que levou, por exemplo, Gunter Grass à redacção de «Escrever Depois de Auschwitz». E nem o facto de a barbaridade da insinuação de que os PIGS, esses sulistas malandros dados à corrupção ociosa dos climas meridionais que pouco trabalham e mutito preguiçam em pândegas improdutivas, se ter dado num reles comício partidário para mostrar à linha dura dos grunhos que quem manda é a Alemanha, diliu responsabilidades. Pelo contrário, é a cedência fácil à demagogia, à ignorância e a uma visão sucidária da Europa e do papel que a Alemanha aí deve ter.

Merkel já nasceu depois do IIIº Reich e parece ter-se «emancipado» da culpa, assumindo essa bacoquismo laudatório do «politicamente incorrecto» e da política grossa com laivos de preconceito étnico.

Felizmente, a coisa foi criticada até na Alemanha. E por cá também. E de forma informada.

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