Não pude ver o fundamental da audição na comissão parlamentar de educação aos incumbentes do Ministério da Educação mas o que vi foi, digamos, fracote. Perguntas de deputados que pouco ou nada sabem de educação ou de outros que levavam perguntas porventura demasiado específicas, mas pronto...
Ao ver Nuno Crato, a estrela da companhia deste governo, não posso deixar de sentir calafrios. É que, embora louvando-lhe o discurso contra o pedagogismo e a não valorização do saber, não dá para iludir que o homem faz parte de uma comissão liquidatária e pensa o que pensa. Basta ver o que vai acontecer aos contratados no ano lectivo em preparação (atabalhaoada, como há muito não se via). Acusem-me de defender o meu feudo, o meu tacho mas não há ninguém que possa dispensar expectativas legítimas e uma afeição ao seu trabalho. E se é necessário cortar com a despesa corrente (vulgo pessoal), deixo uma sugestão: extinga-se Religião e Moral ou ponha-se a Igreja a pagar os salários dos seus professores. Se se reduziu horas a várias disciplinas ao longo dos tempos sem diminuir a correspondente componente lectiva dos professores e se se extinguiu a Área de Projecto e o Estudo Acompanhado, porquê poupar esta disciplina confessional em Estado laico?
Plúmbeas nuvens pairam sobre nós.
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