Vivemos dias muito difíceis.
Pela primeira vez desde o início da pandemia apercebo-me de dezenas de pessoas infetadas e algumas internadas no seio da minha família e amigos mais próximos. Estamos todos assustados com a evolução desta doença onde muitos hospitais já atingiram o seu limite. Os profissionais de saúde são uns verdadeiros heróis que devem recompensados financeiramente por tudo o que têm feito. O meu Obrigado a todos!
Para mim o que mais me tranquiliza é saber que tenho um Governo e um Presidente da República que assegura o funcionamento de uma democracia estável. Quando vejo pessoas a reclamar os seus direitos, para mim é algo positivo pois é sinal que as pessoas têm esperança e sabem que o governo apesar de não lhe poder dar resposta as ouve e tenta dentro das suas possibilidades arranjar-lhes uma solução.
Nas redes sociais sucedem-se comentários que afirmam a necessidade de voltar ao ensino à distância. Eu próprio já assenti com um "gosto" ao fecho dos estabelecimentos de ensino e ao retorno ao ensino à distância.
Bem, tendo a experiência do que sucedeu no confinamento de março apercebo-me que o fecho total das escolas é a solução mais fácil mas não é a melhor solução.
Na minha opinião o ensino universitário e secundário devia encerrar totalmente ou grande parte da semana. Os professores deverão ir apenas um a dois dias à escola para tirar dúvidas. Neste tipo de ensino os alunos já são autónomos e os pais já terão liberdade para trabalhar quer presencialmente quer em teletrabalho..
Nos restantes níveis de ensino é menos produtivo o ensino à distância. Neste caso faria mais sentido um ensino presencial com uma redução da carga horária dos alunos, a redução dos programas e optar-se por métodos de ensino onde o teste não seja o centro da avaliação. Esta fase pode ser aproveitada para valorizar o tempo em sala de aula onde o professor deixe de ter tanta pressão no cumprimento dos programas. Em tempos de pandemia o primeiro, segundo e terceiro ciclos poderiam ter aulas apenas de manhã ou de tarde, ficando com o restante tempo livre. Caso os pais não os possam ir buscar poder-se-ia optar por ATL's.
O professor com menos tempo letivo aproveitaria com certeza o tempo livre de modo a prepara aulas com mais qualidade, rentabilizando melhor o tempo. O trabalho do professor em sala de aula é apenas uma pequena percentagem do total.
Na minha opinião os exames nacionais deveriam existir apenas no ensino secundário e extintos nos restantes níveis de ensino.
Na terça feira (12 de janeiro) após a reunião com o Infarmed o governo decidirá sobre o modo como será feito o confinamento. Desejo que sejam tomadas decisões conscientes para a conclusão do segundo e terceiros períodos e assim como toda a gente desejo que a partir do próximo ano letivo já consigamos trabalhar de uma forma mais próxima do normal.
Opinar num blogue é muito fácil, pois as minhas responsabilidade são apenas como professor e pai. Admiro a coragem de quem tem de tomar decisões numa altura tão difícil.
Sem comentários:
Enviar um comentário