A vida de um
professor não é mesmo nada fácil, é preciso gostar verdadeiramente para termos
estofo para aguentar com as burocracias do Ministério da Educação, alunos e turmas
indisciplinadas, com metas para atingir num universo muito diferente,
cognitivamente falando.
Por outro
lado, e talvez para mim o mais doloroso, as viagens. Foi uma opção tendo por
isso que me sujeitar às suas consequências, no entanto não entendo que o
Ministério da Educação não auxilie monetariamente como faz com os deputados, os
professores que se encontrem deslocados do seu local de residência.
Executar de
forma competente uma profissão depende de vários fatores, como o gosto por
aquilo que se faz, ou as condições que nos são dadas para executarmos a nossa
profissão. As escolas nos dias que correm, têm dificuldades em colocar
professores. O que eu propunha às entidades é que fossem ao fundo da questão e
percebessem, o porquê. Porquê que a profissão de professor é cada vez menos
escolhida pelos jovens.
Eu na escola
sinto um cansaço generalizado do corpo docente. As razões são várias: cortes
nos salários, congelamento das carreiras, ou o aumento da idade da reforma. Ser
reconhecido por aquilo que fazemos é algo que nos motiva e nos faz dar mais de
nós em prol da nossa profissão. O que tem acontecido é precisamente o oposto Em
consequência da forma como temos sido tratados a maior parte dos professores
faz o mínimo (na minha opinião bem), isto é dá aulas, vão às reuniões e não dão
mais do seu tempo à escola nem aos alunos. Quem perde, todos na minha opinião.
Ir ao fundo
da questão na minha opinião é fundamental, perceber o que é preciso para nos
sentirmos bem num local. Estabilidade e renovação do corpo docente na minha
opinião é essencial para a melhoria da Educação em Portugal. Fazer um estudo
sobre as maiores necessidades docente por Quadro de Zona Pedagógica (QZP) e
criar estratégias para a colocação de professores, com contratos superiores a 1
ano, serão para mim boas soluções. Sei que é difícil agradar a todos e a proximidade
ao local de residência não é fácil, no entanto é preciso criar mecanismos para
que um professor possa ter mais valias por se encontrar distante do seu lugar
de residência. A disponibilidade de residências a um preço mais acessível ou a
criação de um subsidio que auxilie nas deslocações poderão ser estratégias a
tomar pelo Ministério da Educação, pelas escolas ou pelos Municípios para tornar o corpo docente mais concordante
com quem lhes paga.
Haveria mais
coisas a dizer. Como professor acredito num futuro melhor, no
entanto é preciso que cada um não reme para o seu lado, sem haver muitas
discrepâncias, pois o Futuro do país depende da Educação e vice-versa.
1 comentário:
Acertaste em cheio, andamos a pagar a deputados que nem lá metem os pés, mentem na declaração de residência para receberem ilegalmente subsídios de deslocação, e quanto outros são obrigados a saírem todos os anos as suas residência para preparar o futuro deste país e recebem zero...
Fazem estas pessoas as nossas leis...
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