domingo, 27 de dezembro de 2009
Vote pelo Planeta!!!
No outro dia dei por mim a pensar nos conteúdos que iria leccionar nas minha próximas aulas quando vi este pequeno video que transparece provavelmente o tema mais falado actualmente, as "alterações climáticas". Em meados do mês de Dezembro decorreu em Copenhaga uma Conferência para tentar debelar um problema global, um problema que é de todos.
Infelizmente não se chegou a qualquer consenso, os factores económicos sobreposuream-se aos humanos ou sociais. Compreendo que seja dificil exigir a um país que começou há poucas décadas o seu perído de desenvolvimento que altere significativamente os seus moldes de produção. No entanto deve coexistir uma maior flexibilidade, pois ao contrário dos problemas sociais, económicos, tecnológicos estes afectam toda a humanidade.
Todos nós sentiremos na pele as consequências das alterações climáticas caso não façamos nada para alterar esta situação. É pois necessário que países desenvolvidos dêem o exemplo, ajudem os menos desenvolvidos a conseguirem implementar faseadamente formas de produção energética mais eficientes e amigas do ambiente. No entanto além da concessão dos fundos para que seja possível os países menos desenvolvidos tornarem mais eficiente o seu sistema produtivo é importante é importante que haja um controlo sobre a utilização dos gastos.
P.S. É possivel aceder ao filme que dá nome a este post através de um clic no título
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Testemunho ocorrido no Sistema de Ensino Português
Em meados de Outubro estava eu a iniciar a minha actividade laboral na Escola Secundária de Rio Maior, quando me ligaram da Escola de Fragoso a dizer que eu teria de lá voltar para uma reunião extraordinária. Fiquei perplexo, mais não seja porque estava a cerca de 400km de distância. Bem passemos agora ao que interessa as razões dessa reunião maravilha. Durante a época normal, ou seja logo após a entrega das notas de final de ano lectivo o encarregado de educação de um aluno com 5 negativas interpôs recurso à avaliação, alegando que os professores durante o processo avaliativo não tiveram em conta os seus problemas auditivos, diga-se nunca justificados ou indicados através de uma declaração médica.
Este recurso foi devidamente contrariado em acta, sendo os nossos argumentos aceites em pedagógico. O Pedagógico corresponde ao órgão máximo da escola.
Fui para férias descansado sabendo que não haveria qualquer hipótese de voltar a interpor recurso desta vez para o órgão superior a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), pois não teria argumentos para tal.
Qual não é o meu espanto, quando em meados de Outubro, já o ano lectivo ía com 3 semanas de aulas, soube que o pai tinha recorrido à DREN, sendo-lhe dada razão.
Vou passar a descreve a carta descrita por uma pessoa que não tem contacto com o meu educativo, nem sabe como funciona a realidade escolar:
Tendo em conta os princípios que enformam a legislação sobre a avaliação das aprendizagens-evolução do aluno, aquisição de competências numa lógica de ciclo e retenção com último dos recursos(...) o Conselho de Turma, com a concordância do Conselho Pedagógico não assegura a aplicação dos mesmos justicando a retenção do aluno exclusivamente pela postura desadequada do aluno face às actividades: falta de interesse, falta de estudo, falta de empenho, pouco investimento no estudo, comportamento desajustado.(...)atendendo à lógica de ciclo,(...) não justifica que as dificuldades do aluno, no 7º ano, comprometam significativamente a aquisição de competências de final do 3º ciclo do ensino básico.
Com estas palavras apreende-se que se a falta de estudo,empenho, postura desadequada face às actividades escolares não são suficientes para a reprovação. Associado a este facto depreende-se que as competências não adquiridas no 7º ano podem ser adquiridas nos anos subsequentes. Valia mais não se chumbar ninguém até ao final do 9º ano, bem se calhar caminha-se nesse sentido.
Continuando a transcrever a carta, prometo não vos massar muito mais:
A repetição não é um meio pedagógico adequado, porque os alunos vão encontrar dificuldades acrescidas quando a sujeitos a um mesmo programa, numa turma em que têm que fazer novos esforços de integração e para onde transportam o estigma do "chumbo"(...) A ideia muitas vezes ouvida que a "repetição não faz mal" não tem qualquer fundamento sobretudo numa escolaridade básica. A transição de ano sem que os alunos adquiram as competências necessárias e sem que se encontrem os meios de superação de dificuldade não é de modo algum solução, mas a repetição, atirando a responsabilidade da não aprendizagem para o aluno e sua família, também não é.(...)
Bem acho que esta passagem diz tudo, coitadinho do menino que vai ter de se adaptar a uma nova turma e transportar o estigma do chumbo...Toda esta situação ridícula, coloca em causa o trabalho dos professores, da escola, do sistema educativo etc. Quem se fica a rir com tudo isto são os alunos, que se apercebem do facilitismo que de uma forma cada vez mais evidente é demonstrado pelas mais altas instâncias do ensino em Portugal.
É contra esta corrente que temos de lutar, não só nós professores como todos os cidadãos, pois só dessa forma o país pode crescer e evoluir.
Fica aqui um testemunho, espero que vos faça pensar e reflectir um pouco
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