Há um tempo atrás ouvi na rádio
uma entrevista de um dos responsável pela Operação Nariz Vermelho que numa
conversa com o diretor de um Hospital,diziam: Diretor do
Hospital “os hospitais não são sítios para palhaços”; responsável Operação
Nariz Vermelho “se não é para palhaços também não deveria ser para crianças.”
Perceber as necessidades de uma
criança no século XXI é algo que não está intrínseco a qualquer pessoa. Em dois
discursos que pude compartilhar no primeiro trimestre do ano letivo apercebi-me
disso: O primeiro ocorreu algures no mês de Novembro nos bancos da cantina da escola
C+S da Pampilhosa da Serra. Por acaso no meio da refeição surgiu à conversa
qual seria o nome do irmão de uma criança de 4 anos que está para nascer no
início de 2019, ao que esta com a inocência característica da sua idade disse
que se chamaria António. Eu sem conhecer o contexto familiar congratulei a
criança e os pais pelo nascimento ao que as funcionárias com um ar desgostoso
disseram que infelizmente seria mais um para somar à miséria que jaz naquela
casa onde já há 4 criança, e não existem as condições mínimas para as poder
sustentar. A segunda história decorreu num dos múltiplos trajetos entre a
Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital no qual para reduzir custos
repartimos as boleias. Um colega comentou que há uns anos atrás um professor de Matemática que lecionava no arquipélago dos Açores foi mandado parar por um homem que o ameaçou
que se lhe tirassem a mulher eles iriam arrepender-se. A mulher era uma menina de
15 anos que já estava a viver com um adulto.
Infelizmente são histórias vividas em pleno século XXI em Portugal
Continental ou no Arquipélago dos Açores que nos entristecem, enquanto
cidadãos de Portugal e do Mundo.
Em Portugal com
o prolongamento da escolaridade obrigatória até ao 12º ano e com a nova
legislação para os alunos com necessidades seletivas adicionais(antigos alunos com necessidades educativas especiais), a escola tem
responsabilidades acrescidas que não detinha há uns anos atrás onde os alunos
só eram obrigados a permanecer na escola até aos 16 anos.
Ter a capacidade de incluir alunos com necessidades seletivas
adicionais, numa turma com
alunos com capacidades cognitivas normais é por vezes uma tarefa hercúlea que
os professores estão ainda a adaptar-se. Perceber o que fazer a alunos que numa
turma do 3º ciclo não são capazes de
reconhecer países da Europa, ou que devido às sua deficiência por serem
autistas não são capazes de fazer muito mais além de pintar ou associas
tabelas, gera dificuldades aos professores que têm de cumprir o currículo e
chegar a um maior número de alunos possível.
Apesar de não me sentir preparado considero a integração na sala de aula dos antigos alunos com Currículo Específico Individualizado (CEI), que agora se designam alunos com medidas adicionais, por terem mais dificuldades cognitivas, pode ser positivo para a sua evolução cognitiva,
no entanto considero que deviam ser dadas mais horas aos docentes, pois os objetivos
curriculares mantiveram-se exatamente os mesmo com vários reveses entre os
quais destaco um que me chateou particularmente, termos de preencher um
quantidade infindável de grelhas sem qualquer utilidade.
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