terça-feira, 11 de junho de 2024

A minha visita à minha avó

 Ir ver a minha avó ao lar a Aldeia das Dez são momentos que eu exploro de várias maneiras. 

Gosto de ver a minha avó de olhos abertos a olhar e a falar para mim. Não gosto quando ela está a maior parte do tempo de olhos fechados. Quando a questiono sobre o porquê de ela estar de olhos fechados ela diz-me que gosta de ver o escuro. Eu acabo por respeitar embora não goste. 

Nesta duas últimas visitas trouxe-lhes histórias do Duarte para lhe ler. Eu adoro pegar em coisas para 2 e 3 histórias e interagir com a minha avó , já o fazia em casa da minha mãe. 

A história que lhe li na primeira visita foi " Mia e o balão" enquanto que hoje trouxe um livro da Rita Ferro "As caras da Mãe" 


Consegui perceber pelos olhos que gostou desta nova experiência, consegui que ela saboreasse aquele tempo à sua maneira com entusiasmo.

Quando lhe mostrei a história procurei que ela visse as imagens e as interpretasse à maneira dela, foi muito interessante perceber o que ia na cabeça dela e perceber o que ela estava a entender. 

Na visita de hoje levei-lhe um brinquedo do Duarte, para ela treinar o cérebro e a motricidade das mãos.


Há uns meses já lhe tinha levado este brinquedo, hoje notei-a menos expedita na colocação das peças.


Gostei de estar com a minha avó, apesar de magra sinto que o cérebro ainda reage bem quando estimulado. 

quinta-feira, 25 de abril de 2024

A nossa celebração do 25 de abril em Coimbra

 Hoje fomos a Coimbra celebrar os 50 anos do 25 de abril. 

Saímos a meio da manhã de Oliveira do Hospital, e chegámos a Coimbra, já eram quase 13h. Almoçámos e fomos para a praça da República desfrutar do início da festa e da marcha em direção ao pátio da inquisição. 


Após termos visto a prima Paula Pontes e tomado café com o meu pai descemos em direção ao pátio da inquisição.




 
Estava muita gente e não foi possível ir ao Pátio da Inquisição.
Ainda fomos passear um pouco na baixa até que decidimos voltar para casa. 
Foi uma visita rápida a Coimbra para participar na marcha do 25 de abril.  

sexta-feira, 5 de abril de 2024

POEMA EM LINHA RETA


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.

Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,

Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,

Indesculpavelmente sujo,

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,

Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,

Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das

etiquetas,

Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,

Que tenho sofrido enxovalhos e calado,

Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,

Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,

Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,

Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado

Para fora da possibilidade do soco;

Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,

Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo

Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,

Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana

Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;

Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!

Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.

Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?

Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!

Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,

Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!

E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,

Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?

Eu, que venho sido vil, literalmente vil,

Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


Álvaro de Campos  



Uma visita à Terra de Besteiros

 Hoje o plano foi ir para terras de Besteiros e fomos visitar a cidade de Tondela. 

Uma cidade que gira em torno das suas principais tradições locais  como a Olaria e o fiar do linho. Tondela não está muito virada para o turismo é uma cidade mais de passagem e não tanto de pemanecer por lá. 

No passado dia 30 de Março foi nesta cidade que decorreu a peça de teatro acompanhada por uma orquestra intitulada o "Rebentar do Judas". Uma iniciativa cultural fantástica que os meus pais tiveram a sorte de assistir. Foi pena a chuva.

 Quando chegámos a Tondela visitámos o museu municipal que nos deu uma visão muito boa da história do concelho de Tondela. É um museu muito organizado e com uma muito boa apresentação dos temas e com boa conciliação entre o digital e o espólio do museu. 

Depois de almoço fomos passear pelo parque verde da cidade e marcámos o momento com uma fotografia.


Ainda fomos às termas de Sangemil, no entanto ficámos um pouco surpreendidos por um desmazelo que latia sobre aquele local. O rio dão estava com um leito muito bem composto. 



Após esse passeio fomos para Oliveira do Hospital serpenteando o planalto Beirão

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Alberto Caeiro II

 Quando vier a primavera,

Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
as árvores não serão menos verdes que na primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.
Se soubesse que amanhã morria
E a primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro in Poemas inconjuntos

Alberto Caeiro

 Adoro este poema de Alberto Caeiro

Se eu pudesse trincar a terra toda
Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
E se a terra fosse uma coisa para trincar
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja..
Alberto Caeiro

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Uma visita à serra da Estela.

 Planeámos ir à serra da estrela. No dia 2 de Março choveu muito e só conseguimos desfrutar de neve a sério na Lagoa Comprida 


Na lagoa  comprida almoçámos, bebemos um café e deleitámo-nos com as vistas. Antes de ir à Lagoa comprida passámos nos vale do Rossim onde o leito da lagoa era muito maior do que aquele que nos banhamos no verão. Infelizmente a neve naquele local era pouca e decidimos subir mais uns metros em altitude. A estrada para chegar ao vale do rossim encontrava-se em muito mau estado. 

Após o almoço subimos mais uns metros e pudemos desfrutar de uma bela meia hora a descer e subir uma vertente mais inclinada.



Subimos à torre, mas devido ao caos que por lá estava decidimos descer para Manteigas para lanchar não sem antes parar no Covão da'metade para tirar uma fotografia. 


Descemos a Manteigas a partir do vale glaciar, lanchamos e fomos para Oliveira do Hospital.




terça-feira, 2 de abril de 2024

O poema ensina a cair

  Volto ao podcast o poema ensina a cair quando preciso de um momento para parar e gerir a turbulência que reina à minha volta.

Cito o poema de Daniel Faria:
Houvesse um sinal a conduzir-nos
E unicamente ao movimento de crescer nos guiasse. Termos das árvores
A incomparável paciência de procurar o alto
A verde bondade de permanecer
E orientar os pássaros
Ouvi a entrevista da Carminho e este poema fixou-me e fez-me pensar. A importância da serenidade e de procurarmos pilares que nos dão estabilidade.

domingo, 14 de janeiro de 2024

O nosso domingo

 Hoje o dia de domingo o Duarte teve inúmeras ideias para preencher o seu tempo.

Após ter deixado o tablet sentei-me junto dele na sala e ele disse:

Pai vou esconder os cromos, depois tens de os encontrar.

Enquanto +procurava fiquei deliciado com a memória que ele teve para esconder 15 cromos em sítios diferentes e lembrar-se onde estavam.

Após esconder cromos decidiu esconder vogais. Depois inverteram-se os papeis e fui eu a esconder. 

sábado, 13 de janeiro de 2024

Uma aula caótica

 Eu tenho uma turma onde os alunos são bons a muito bons a nível de aprendizagem mas portam-se muito mal em contexto sala de aula.

Nesta aula chateei-me várias vezes com eles, parei várias vezes a aula os resultados foram baixos.

Fiz uma aula pausada por várias momentos pois era constantemente interrompido. 

Não dei tudo o que tinha pensado.

Acabei a aula deixando no ar um tema. Grande parte dos alunos da turma saiu no entanto vieram dois  no final e disseram-me o seguinte:

O primeiro disse-me: Aquele lado da sala portou-se muito mal mas nós não 

O segundo: Professor o que é que ia dizer quando a aula foi interrompida pelo toque de saída?

Com este testemunho quero dar a entender que vale tentar e não desistir, e que haverá sempre gente que não nos quer ouvir, mas sabe bem quando ouvimos mimos destes dos alunos, sobretudo quando percebemos que são verdadeiros. 

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Advinhas do Duarte

 Mãe sabes quem é o rei dos queijos:

É o requeijão

Sabes o que diz o tomate para a tomata 

Tu matas-me 

Sabes o que diz o tubarão para a tubaroa

Tu baralhas-me 

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

A avó acordava às 6 da manhã

 Hoje fui ver a avó Prazeres ao hospital de Oliveira do Hospital e perguntei-lhe lembras-te quando acordavas às 6 da manhã. Ela respondeu, então não me lembro. 

A avó Prazeres continuou a conversa e disse:

A Guida uma vez perguntou-me "avó porque é que acordas tão cedo" Ao que eu respondi "Levanto-me cedo porque tenho de ir regar, dar comer aos animais e trabalhar na agricultura".  

Recentemente a avó Prazeres disse à Guida que agora também acorda cedo. " Agora percebes porque é que eu acordava cedo, pois na tua vida hoje também o fazes."


O prato chique

Ontem há noite pedi ao Duarte para ir levar bolo à mãe num prato de plástico. 

Ele retorqui e disse para a mãe tem de ser num prato chique e foi buscar um prato mais apresentável de vidro e levo-o à mãe. 

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Um encontro casual nos baloiços

 Hoje fomos aos baloiços.

O Duarte encontrou um colega da turma, o Tiago. Uma feliz coincidência.

A alegria daquelas duas crianças estava transparecida no seu olhar. 



O início da brincadeira começou quando o Tiago veio em direção ao Duarte, mostrar-lhe com um ar de vitória os seus diamantes colocados tipo cartucho das castanhas num papel do Totobola. Os diamantes não passavam de umas pequenas pedras que estavam junto aos baloiços. O Tiago estava feliz e o Duarte mesmo percebendo de onde tinham vindo os diamantes não ligou muito à fantasia do Tiago.

Nos baloiços não havia mais ninguém e o Tiago e o Duarte estiveram os dois em amena cavaqueira enquanto se divertiam. 

As conversas foram múltiplas, passando pelas piscinas que cada um tinha, até aos jogos de computador, nintendo até à queda nos baloiços da colega de turma Camila que a levou ao hospital 

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Beringelas

 A mãe há hora de jantar enquanto falava com os pais disse:

Sabem o Duarte pinto mesmo bem as beringelas, ele que pinta tão mal que até fiquei admirada. 

Depois do comentário sobre a pintura ele referiu à mãe uma confidência que ele disse à professora:

O meu primo Antonino tem lá muitas beringelas 

O que é ser pai?

 Ser pai?

Ser pai não é fácil!

Ser pai, é amar a sofrer,

é sofrer a amar.

É todos os dias querer,

ver um sorriso no seu olhar.

É ajudá-los a sonhar,

com a alegria de viver.

E saber amparar,

e todos os dias proteger.

É sentir-se pequenino, 

e às vezes com dor.

É sentir-se desorientado,

por tão grande amor.

É dar carinho, colo e amor,

e ralhar, quando assim tem de ser.

É não questionar o valor,

desta amizade a valer.

Ser pai, é ter um aperto no coração,

por ter medo de o ver sofrer.

É saber que só esta paixão,

nos faz renascer.

Ser pai, não se nasce a saber!

Ser pai, aprende-se a ser!


Escrito por João Mulas




terça-feira, 10 de outubro de 2023

Jogos de Badminton

 Os jogos de badmington na parte de trás do prédio tornaram-se hábitos nos meses de verão e início de outono.



domingo, 8 de outubro de 2023

Fim de semana na praia

 Este fim de semana fomos a Buarcos à praia.

A água estava ótima assim a temperatura ambiente: O Duarte adorou e o difícil foi a hora da despedida, vamos ver se conseguimos ir mais vezes neste outono atipicamente quente. 





quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Reflexões do Duarte

O Duarte começou desta forma a sua reflexão:

Mãe os meninos por vezes ficam de castigo e não vão ao intervalo.

Eles estão-se a portar mal, a professora faz o registo no caderno e a partir daí eles portam-se bem. Não acho justo que eles são castigados pois foram avisados e depois portam-se bem.

Não achas que tenho razão mãe? 

A mãe retorqui:

A mãe respondeu: "Sim percebo a tua opinião"

-Eles ficam lá muito tempo no intervalo?

O Duarte continuo o diálogo:

Duarte- "Ficam lá 1 hora" 

Cecília- "Mas o intervalo não é 30 minuto?" 

Duarte -"Ficam lá 30 minutos, 20 minutos, ou 5minutos".

-Bem o Duarte não tem a noção do tempo, ele sabe que eles ficam lá no intervalo e não concorda 

Pronto está dito


A professora do terceiro ano

Duarte: "Mãe a professora do terceiro ano é muito vaidosa"

Mãe: Então porquê?

Duarte: Ela pinta os lábios